Novo título recebe o nome de Luiz Carlos Cassal de Albuquerque
13 DE ABRIL DE 2023 - ATUALIZADA EM 13 DE ABRIL DE 2023 | Redator: Leonardo Silva/ABCCC
Criar memórias é como plantar uma semente. Cada momento único e especial vai germinando e se espalhando pela terra, se conectando com pessoas e com o mundo, criando lembranças que nos transporta para momentos marcantes e que nos mantém vivos. E foi assim, revivendo momentos únicos e imersos nessas lembranças que o Cavalo Crioulo visitou uma das figuras mais icônicas da raça, que carrega um legado importante e que, em cada palavra, revela um novo capítulo da narrativa daquilo que reuniu os antepassados e que hoje continua conectando gerações, amigos e família de norte a sul: o nosso cavalo.
Este encontro entre passado e presente aconteceu no interior do município de Jaguarão, no Rio Grande do Sul, durante a manhã de quarta-feira (12), na Estância São Luiz. O anfitrião e dono deste acervo é um grande amigo e entusiasta da raça, conhecido por grandes feitos em prol do Cavalo Crioulo: Luiz Carlos Cassal de Albuquerque, que também é carinhosamente chamado de “Magrão”. Com o dia chuvoso e de temperatura amena, Luiz Carlos recebeu a equipe do Cavalo Crioulo de braços abertos e com fogo na lareira. Logo na entrada, após os calorosos cumprimentos, já era possível sentir no ambiente uma atmosfera diferente, pois em cada cantinho, desde o chão até o teto, havia menções sobre a história do Cavalo Crioulo.
Livros, revistas, pinturas, fotografias, documentos, coletes, faixas, troféus e ornamentos. A cada olhar era possível acessar uma memória diferente e, mesmo com tantos itens, cada um deles contava a sua própria história que se entrelaçam entre si. Narradas pelo anfitrião, ali naquela simples e aconchegante fazenda, todos se sentaram para ouvir o que o Sr Luiz Carlos tinha para dizer. Mesmo sem saber o porquê do Cavalo Crioulo estar ali, ele nos acolheu como se fôssemos da própria família e revelou detalhes sobre a criação das três provas que formam os pilares de seleção da raça: Marcha, Morfologia e Freio de Ouro.
Em meio às conversas e lembranças, Luiz Carlos foi surpreendido quando Daniel Jaeger Gonçalves da Silva, segurando um pesado pacote em mãos, revelou ao criador do afixo Sombra o motivo de estarmos ali: “... Tio a gente veio aqui para te entregar algo, e não é um convite, é uma comunicação!”, dizia o Vice-presidente de Núcleos, enquanto abria cuidadosamente o pacote. “Nós viemos até aqui, na sua casa, para te comunicar que a partir do ciclo 2023 o Cavalo Crioulo tem um novo prêmio para os criadores e proprietários, e que esta recompensa levará o seu nome”, finalizou Daniel. Com os olhos firmes em uma longa troca de olhares, Luiz Carlos levou um tempo para processar a informação, a qual teve o complemento de André Luiz Narciso Rosa. “Nós queríamos contemplar as cabanhas que participassem das três provas de seleção da raça no mesmo ciclo, uma premiação que se equipara ao Tríplice Coroa, mas com foco nos criadores, proprietários e expositores. Mas para isso precisávamos de um nome para este troféu, e nada mais justo que ele carregue o nome do homem que esteve presente na criação e no fomento do Freio de Ouro, da Morfologia e também da Marcha de Resistência”, concluiu o Vice-presidente de Exposições Morfológicas e Modalidades Seletivas.
Enquanto todas as informações iam sendo reveladas e absorvidas, o filho de Luiz Carlos, Antônio Augusto Alves de Albuquerque, foi quem segurou o tabuleiro e leu a condecoração em voz alta:
“A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos tem a honra e a satisfação de prestar agradecimento e homenagem ao Sr Luiz Carlos Cassal de Albuquerque, pela sua relevante atuação na história das três provas que formam os pilares de seleção do Cavalo Crioulo: Freio de Ouro, Morfologia e Marcha de Resistência. Através disso, a partir do ciclo 2023, institui-se o prêmio “Luiz Carlos Cassal de Albuquerque - Seleção Integral” que, além de celebrar sua importante trajetória, será entregue àqueles que tiverem animais participando nas três principais provas do tripé de seleção do Cavalo Crioulo no mesmo ano, perpetuando seu nome junto a essas conquistas para a nossa raça.”
Com o decreto em mãos, Luiz Carlos agradeceu a cada um dos presentes e também à Associação de Criadores de Cavalos Crioulos, por tornar o seu nome uma ferramenta que irá prestigiar outros criadores e proprietários. Ele relembrou momentos marcantes que viveu junto à raça, como o Freio de Prata na primeira edição do Freio de Ouro, em 1982, com Chacay Sombra, e os Grandes Campeões da Expointer, Guarani Sombra, em 1985, e Borona Sombra, em 1989, a qual também foi a Melhor Fêmea FICCC em 1991. E comentou o quão importante era a Marcha de Resistência para o cavalo e para as gerações.
“Eu me sinto muito emocionado no momento por receber esta homenagem da ABCCC, a qual vai ficar pra sempre na casa de quem a merecer. Agradeço também porque é uma forma de lembrança e gratidão. São lembranças de uma vida inteira de dedicação ao Cavalo e nada mais que isso. Me sinto muito tocado pois são mais de 70 anos que convivo com cavalo e ver o fruto deste trabalho ter chegado até aqui, vendo aquele monte de gente que se reúne em volta da cerca pra poder espiar um pouco da prova, esse pessoal que trabalha na genética, a gente poder ver uma prova da televisão, realmente não tem preço. Que a nossa raça cresça ainda mais, sem que se desvirtuem as virtudes que diferenciam os nossos dos outros equinos; que ela continue se guiando pela rusticidade, é por isso que também me dediquei tanto a Marcha de Resistência, pois acho uma das provas que mais comprovam o quão campeiro é o nosso cavalo. Muito obrigado”
Ao fim do agradecimento, o Coordenador da Subcomissão de Marcha do Cavalo Crioulo, Luiz Mário Queirolo Diaz, também agradece Luiz Carlos por seu grande empenho em transformar a Marcha no que ela é hoje, uma ferramenta de seleção baseada na rusticidade e também no poder de recuperação do Cavalo Crioulo. “Te agradeço Luiz Carlos pelo empenho com a Marcha. Hoje temos uma ferramenta que comprova um dos maiores privilégios do nosso cavalo, que é a resistência e rusticidade. Nada mais merecido que este prêmio carregue o seu nome”, concluiu.
Logo após os agradecimentos finais se instaurou mais um sentimento de dever cumprido, pois ali acabara de nascer mais uma memória na trajetória do Cavalo Crioulo e também mais uma ferramenta que trará ainda mais fomento para a raça e inúmeros sorrisos nos rostos de quem também tem o Cavalo como objetivo de vida. A partir de agora, todos os criadores e proprietários poderão ir em busca do Prêmio Luiz Carlos Cassal de Albuquerque - Seleção Integral.
Entenda mais sobre o novo troféu do Cavalo Crioulo
Criado para contemplar Criadores e Proprietários, o Prêmio Luiz Carlos Cassal de Albuquerque - Seleção Integral, vai prestigiar aqueles que se inscreveram e participaram das três modalidades pilares de seleção do Cavalo Crioulo, disputando elas durante o mesmo ciclo. Lembrando que não é necessário que se chegue ao pódio, mas que seja finalista de cada uma das três modalidades.
Para saber os detalhes técnicos sobre a premiação, preparamos um guia completo. Basta clicar aqui e acessar a matéria.
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