“É a preservação da prova e da raça”: Marchita da Gurizada completa 10 anos
13 DE DEZEMBRO DE 2024 - ATUALIZADA EM 13 DE DEZEMBRO DE 2024 | Redator: Lauren Fernandes/ABCCC
Projeto que tem percurso de 220 km iniciou nesta sexta-feira, 13 de dezembro, e segue até o dia 20
Entre celebrações e férias que dezembro representa, o mês também reúne crianças e jovens para estarem juntos com o Cavalo Crioulo. Imbuídos na missão de manter a tradição e perpetuar a modalidade de resistência, tripé seletivo da raça, a Marchita da Gurizada chega a sua 10ª edição em 2024, reunindo mais de 60 participantes, em diferentes categorias.
O evento realizado pelo Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos Eudóxio Corrêa, em Jaguarão, no Rio Grande do Sul (NCCCJ), iniciou nesta sexta-feira, 13 de dezembro, e segue até o dia 20. Serão 220 quilômetros percorridos na companhia do Cavalo Crioulo. A atividade é realizada nos mesmos moldes da Marcha Anual de Resistência do Cavalo Crioulo.
Projeto fortalece vínculo com o Cavalo Crioulo
A primeira edição do projeto foi em 2013. Inicialmente realizada nas férias de junho, a Marchita da Gurizada foi espelhada nos modelos da modalidade realizada pelos adultos, adaptando apenas a quilometragem percorrida e os dias de duração da prova. Posteriormente, ocorreu a alteração, passando para as férias de final de ano, em dezembro.
Um dos integrantes da organização do evento, João Pedro Jacques, explica que o percurso não passa por cidades, sendo radial, saindo e voltando para o mesmo local. “Não é um passeio, é uma prova, ela vai e volta sempre no mesmo lugar para facilitar a logística da gente, onde acomodar os cavalos, são 220 quilômetros, divididos em categorias por idade”, comenta.
Jacques lembra do início do projeto, quando buscava apoio para a Marcha Anual de Resistência e o principal apoiador foi Carlos Alberto Martins Bastos, também conhecido por "Caberto Bastos". “Por uma amizade com o meu tio Luiz Carlos Albuquerque, ele nos apoiou em tudo que a gente precisasse, mas, ele fez uma encomenda, que tínhamos que pensar numa prova, em um projeto que desse continuidade a Marcha de Resistência e o Luiz Carlos Albuquerque já tinha um projeto idealizado alguns anos atrás que era da Marchita, aí foi fácil, quando ele fez a encomenda e disse que dava todo o apoio, o projeto estava pronto, só colocar em funcionamento. Pensamos nas etapas, no percurso, o projeto entrou em funcionamento faz 10 anos, é um sucesso desde que se fez. Fizemos um modelo reduzido, mas tudo igual a uma marcha tradicional”, enfatiza.
O sucesso do projeto também mostra a importância de manter crianças e jovens no zelo ao Cavalo Crioulo. Jacques ressalta que durante a Marchita buscam levar conhecimento aos participantes. “A gente tenta levar o conhecimento de como é a prova, como funciona, mas talvez o principal ganho da Marchita é as crianças aprenderem várias coisas de convivência, de persistência, de respeito ao cavalo, respeito aos companheiros, eles têm que cumprirem os tempos, cumprirem horários. Eles têm que ajudar os companheiros, respeitar a comissão, disciplina, organização”, comenta.
Ainda segundo Jacques, os participantes têm momentos de aulas teóricas. “Tem aulas sobre manejo do Cavalo, como encilhar o Cavalo, condução na estrada, eles vão levar muita coisa para a vida, e de andar a Cavalo, conviver com Cavalo e entrarem na raça então nem se fala, eles participam em um ano e no outro ano são fanáticos, é a preservação da prova e da raça, tenho certeza”, frisa.
Após completar 10 anos do projeto, Jacques conta que um desafio para os próximos anos é manter o espírito da prova, de seriedade, para prolongar ainda mais o projeto. “Tem muitas crianças que participam, que gostam de brincar, mas temos que manter a seriedade de funcionamento para não virar 100% brincadeira, tem que ser algo prazeroso para eles, mas que consigam entender que tem que ter disciplina, que eles precisam respeitar os monitores, que isso vai fazer bem para o futuro deles como adultos”, conclui.
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